SETE E QUARENTA E OITO DA MANHà

A linha 3.87 sai do terminal urbano com um quadro divertido dentro de suas janelas. Estou em pé no meio do ônibus, que dá significado a palavra lotado, cercado por senhoras e moças que julgo serem todas empregadas domésticas. A situação é engraçada porque elas tem no máximo um metro e sessenta contra os meus um metro e oitenta e sete. São muitas mesmo, somente eu me destaco pela altura. Me sinto como uma girafa, mas tento encarar todos os olhares perdidos com um sorriso preso.

O assunto principal é o capítulo da novela das oito de ontem. Todas esbravejam comentários, críticas e quase apelos pela suas supostas resoluções do mistério que ocorre na trama televisionada. Mas quando o assunto vai se esgotando à medida que elas vão descendo em seus pontos, percebo uma conversa diagonal entre duas que estão sentadas ao meu lado.

- Menina, e esse negócio do Lula agora? Tão realmente chamando ele de ladrão. Tão falando que ele ia roubar um bilhão de reais do Brasil, vê se pode?!?

- Ah, por mim, pode roubar o quanto quiser. Não mexendo no bolsa família, nem no bolsa escola, que roubem. Sempre foi assim mesmo.

Desço no meu ponto.

O Lula é só o Hugo Chávez criado do jeitinho brasileiro.

 

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