A gente se distancia.
A inércia é válida na física, mas não há porque ser válida para mortais que tem um pingo de imaginação e afeição pela vida. O pensamento não fica do teu lado, o tempo não senta para conversar contigo e nem mesmo os teus olhos se aguentam de olhar só para o chão, buscando o limite que o horizonte impõe. Então, a gente se distancia.
Talvez por ironia do destino, seja só uma vontade de seguir o resto do universo em sua eterna(?) expansão. Ou é só uma brincadeira de criança que nunca foi embora, quando era possível correr o mais longe que as pequenas pernas suportavam antes que alguém anunciasse
Tá com você!. Planos para os esconderijos, esconderijos silenciosos e o silêncio sobre a sensação de ser intocável.
A gente sempre se distancia. E, pergunto, até que ponto isto é ruim?